Quer garantir seu app?

Você entra no app da Shein só pra dar uma olhadinha… e pronto: lá está aquele vestido, aquela blusinha, aquele conjunto que parece ter sido colocado ali só pra você. Coincidência? Nada disso. A Shein sabe — e sabe muito bem — o que você quer, antes mesmo de você digitar uma palavra na busca.

Mas como isso é possível? Estamos falando de bruxaria digital? Leitura de mente? Não. É tecnologia, dados e inteligência artificial trabalhando de forma tão afinada que parece mágica.

Não é só o que você clica, é o tempo que você olha

A Shein não analisa apenas o que você compra. O app acompanha quanto tempo você fica olhando um produto, se você rolou a página rápido demais ou se parou para dar aquela analisada mais demorada. Isso já é suficiente pra entender que aquele tipo de roupa te chamou atenção.

Se você clicou, colocou no carrinho, salvou nos favoritos e desistiu depois? Isso também vai pro banco de dados. Mesmo que você nunca tenha comprado, a informação foi registrada. A plataforma junta tudo isso e começa a “desenhar” seu perfil de consumo.

Ela também sabe o que outras pessoas como você querem

Além de analisar seu comportamento individual, a Shein cruza seus dados com milhões de usuários parecidos com você. Isso inclui idade, localização, faixa de preço que você costuma comprar, cor preferida, tamanho, estilo e até o horário que você costuma fazer compras.

Com esses dados, a inteligência do app começa a prever o que você provavelmente vai gostar. Se outras pessoas com o mesmo perfil curtiram uma nova coleção de blusas com estampa de oncinha, adivinha o que vai aparecer pra você na próxima vez que abrir o app?

O algoritmo da Shein é mais rápido que o da concorrência

Enquanto outros apps ainda estão tentando entender suas preferências, o algoritmo da Shein já está antecipando tendências em tempo real. Isso porque eles não ficam só nas curtidas ou nas vendas. A empresa tem uma estrutura robusta de big data que analisa:

  • Seu comportamento no app
  • Interações com anúncios nas redes sociais
  • Reclamações ou elogios feitos no site
  • Comentários que você lê (ou evita)
  • Tempo de visualização dos vídeos e imagens de produtos

É tipo um quebra-cabeça gigante sendo montado com as suas ações — até mesmo aquelas que você nem percebe que está fazendo.

E o TikTok? Ele entra nessa jogada também?

Claro que entra. Se você viu um vídeo no TikTok com uma peça da Shein e depois abriu o app, é bem provável que aquele produto ou algo bem parecido apareça pra você.

A Shein monitora tendências em tempo real nas redes sociais. Isso significa que se uma influencer viraliza com um conjunto novo, o algoritmo da plataforma já começa a sugerir peças do mesmo estilo, corte ou cor. Às vezes, a peça ainda nem chegou oficialmente no Brasil, mas já está aparecendo pra você.

Mas… a Shein espiona o microfone do celular?

Essa é uma dúvida que muita gente tem. Até hoje, não há nenhuma comprovação técnica ou legal de que a Shein, ou qualquer outro app grande, acesse o microfone sem permissão só pra ouvir conversas e sugerir produtos.

O que acontece é que os dados que você fornece (mesmo sem perceber) são tão precisos que dá essa impressão. Por exemplo: você fala sobre um biquíni com uma amiga, depois vê um anúncio parecido. Mas será que você já não tinha buscado por isso em algum momento, curtido algo nas redes ou até digitado “pra testar”?

O algoritmo conecta todas essas pontas. Não precisa nem de microfone. Só dos seus toques, cliques, tempo de navegação e comportamento geral.

E os cookies? Eles também têm culpa nisso?

Total! Os cookies são aqueles arquivos que os sites e aplicativos armazenam pra saber por onde você andou navegando. Quando você aceita os cookies (quase sempre sem ler), está autorizando o sistema a:

  • Entender seus interesses
  • Compartilhar dados com anunciantes
  • Criar um perfil de consumo seu

Com isso, a Shein consegue te perseguir pela internet. Você entra no Google, no Facebook, no Instagram… e lá está a bendita peça que você só olhou rapidinho no app. Isso tudo graças à mágica dos cookies combinada com retargeting — uma técnica de marketing que faz os anúncios te seguirem até o fim da vida (ou pelo menos até a compra).

O app Shein aprende com você o tempo todo

Cada clique que você dá no app da Shein serve pra treinar o sistema de recomendação. É como se o aplicativo fosse ficando mais inteligente a cada vez que você entra. Ele vai ajustando os resultados, a ordem dos produtos, as notificações que te envia e até os descontos personalizados.

Sim, o app entende qual tipo de promoção te faz clicar. Cupom de frete grátis? Brinde surpresa? Desconto relâmpago? A plataforma vai testando, vendo no que você reage melhor e depois replica isso nas próximas campanhas.

Como evitar esse rastreio (se quiser)

Se você acha tudo isso invasivo demais, existem formas de limitar esse “poder preditivo” da Shein:

1# Não aceite cookies de forma automática — escolha as configurações que permitem menos rastreamento.

2# Use a navegação anônima quando for pesquisar produtos (mas saiba que isso pode limitar sua experiência).

3# Apague regularmente o histórico de navegação e cookies do celular.

4# Desative a personalização de anúncios nas configurações da sua conta Google e do Facebook.

5# Desinstale o app quando não estiver usando por muito tempo (isso reduz o acúmulo de dados).

Mas sejamos sinceros: a maioria de nós até gosta quando o app “adivinha” o que queremos. Afinal, isso economiza tempo e ajuda a encontrar o que a gente já estava procurando, mesmo sem saber.

No fim das contas: é marketing, não mágica

A Shein não lê mentes, não faz feitiço, nem acessa câmeras escondidas. O que ela faz — e faz muito bem — é usar inteligência artificial, análise de dados e comportamento de consumo pra antecipar seus gostos e oferecer produtos certeiros.

É o novo mundo do varejo. Um mundo onde a loja chega até você antes mesmo de você procurar por ela.

Veja também: MRV: Mais de 200 empregos abertos pelo país

25 de maio de 2025