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Você já sentiu que seu celular começou a travar justamente após uma atualização? Ou que, mesmo com poucos anos de uso, ele parece ter “envelhecido” de repente? Isso pode não ser apenas impressão: estamos falando de obsolescência programada — uma estratégia adotada por muitas empresas para reduzir propositalmente a vida útil de seus produtos, forçando os consumidores a trocarem de aparelho com mais frequência.
Sim, essa prática existe. E ela afeta diretamente o seu bolso, o meio ambiente e até mesmo o seu direito de escolha. Entender como a obsolescência programada funciona é o primeiro passo para tomar decisões mais conscientes e evitar cair em armadilhas de consumo.
O que é obsolescência programada?
Obsolescência programada é o nome dado à prática de projetar produtos com uma vida útil intencionalmente limitada. Ou seja, o fabricante já lança o item sabendo que ele vai parar de funcionar bem — ou se tornar ultrapassado — após determinado tempo.
Isso pode ocorrer de várias formas:
- Obsolescência técnica: quando o aparelho passa a apresentar falhas, lentidão ou defeitos após certo tempo de uso.
- Obsolescência de software: ocorre quando os sistemas operacionais e aplicativos deixam de ser compatíveis com modelos mais antigos.
- Obsolescência perceptiva ou psicológica: quando um novo modelo é lançado com melhorias estéticas ou de marketing, fazendo o anterior parecer velho ou desatualizado, mesmo estando funcional.
O principal objetivo da obsolescência programada é manter o ciclo de consumo girando. Afinal, se seu celular durasse dez anos sem problema, o setor de tecnologia venderia menos.
Como isso acontece nos celulares?
No caso dos celulares, a obsolescência programada é uma realidade silenciosa. Fabricantes de smartphones utilizam diversos recursos para tornar seus modelos obsoletos em poucos anos.
Veja alguns exemplos de como isso ocorre:
- Atualizações que pesam no sistema
É comum que celulares mais antigos comecem a travar após receberem atualizações de sistema. Isso acontece porque o novo software exige mais do processador e da memória, desgastando o desempenho dos aparelhos mais antigos. - Bateria que perde eficiência
As baterias de lítio têm uma vida útil limitada. Muitas vezes, os modelos de celular são construídos com bateria não removível, dificultando a substituição e incentivando a compra de um novo aparelho. - Peças difíceis de substituir
Alguns modelos são desenvolvidos de forma a impedir que o usuário troque peças facilmente. O alto custo de conserto, quando comparado com a compra de um novo celular, empurra o consumidor para a troca. - Fim do suporte
Após certo período, as empresas deixam de atualizar o sistema operacional dos modelos mais antigos. Isso não só prejudica a segurança, mas também torna o aparelho incompatível com apps essenciais. - Marketing agressivo
O lançamento constante de novos modelos com pequenos diferenciais visuais ou funcionalidades faz com que as pessoas sintam que seus celulares estão “ultrapassados”, mesmo funcionando perfeitamente.
Quais são as consequências para o consumidor?
A principal consequência da obsolescência programada é o impacto direto no bolso. Trocar de celular a cada dois ou três anos representa um gasto contínuo. Para muitas pessoas, isso se torna quase uma obrigação, já que os aparelhos antigos começam a falhar ou deixam de atender às exigências atuais.
Além disso, há:
- Frustração com produtos que “morrem” rápido;
- Aumento de lixo eletrônico e impacto ambiental;
- Sensação de estar sempre atrás das novidades;
- Perda da autonomia de escolha sobre quando trocar de aparelho.
Como se proteger da obsolescência programada?
Felizmente, existem formas de se proteger — ou ao menos, adiar os efeitos da obsolescência programada no seu celular. Veja algumas dicas práticas:
1# Pesquise antes de comprar
Escolha marcas e modelos que tenham histórico de durabilidade, bom suporte técnico e atualizações frequentes. Evite comprar somente por aparência ou hype.
2# Cuide bem da bateria
Evite deixar o celular carregando a noite toda e não deixe a bateria zerar com frequência. Esses hábitos ajudam a prolongar a vida útil.
3# Mantenha o aparelho limpo internamente
Aplicativos como CCleaner e Files by Google ajudam a eliminar arquivos desnecessários que sobrecarregam o sistema.
4# Evite atualizações desnecessárias
Se o sistema atual do celular funciona bem, pense duas vezes antes de instalar uma nova versão — especialmente se o modelo for mais antigo.
5# Aposte no recondicionamento
Se algo parar de funcionar, veja se vale a pena consertar. Trocar a bateria, por exemplo, pode sair muito mais barato do que comprar um novo celular.
6# Use menos aplicativos pesados
Apps de banco, redes sociais e jogos consomem muita memória. Use versões lite quando disponíveis.
7# Fique atento às garantias e direitos do consumidor
Se o aparelho apresentar defeito com pouco tempo de uso, busque seus direitos. Em alguns países e estados, leis contra obsolescência programada já estão em vigor.
Existe lei contra obsolescência programada?
No Brasil, ainda não existe uma legislação específica que proíba a obsolescência programada. No entanto, o Código de Defesa do Consumidor garante que produtos duráveis devem ter vida útil compatível com o valor pago e as expectativas do mercado.
Na Europa, países como a França já aprovaram leis que obrigam os fabricantes a informarem a “vida útil estimada” dos produtos e penalizam estratégias que dificultem o reparo. Essa tendência deve crescer em outros lugares, principalmente por pressão de consumidores mais conscientes.
A obsolescência programada é sempre ruim?
Embora pareça sempre negativa, há quem defenda que a obsolescência programada também tem seu lado positivo, como impulsionar a inovação e manter o mercado aquecido. No entanto, o problema é quando essa prática é adotada de forma desleal, prejudicando o consumidor de maneira intencional e sem transparência.
A questão principal é o equilíbrio: é possível inovar sem forçar o descarte precoce. E é justamente essa discussão que está ganhando força no mundo todo, com movimentos que incentivam o “direito ao reparo” e o consumo mais consciente.
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19 de maio de 2025
Formada em Letras – Português/ Inglês, e idealizadora do site Escritora de Sucesso, busca expandir o conhecimento de todos com informações relevantes sobre diversos assuntos, enquanto redatora. No Vaga de Emprego RJ, traz oportunidades e dicas sobre o mercado de trabalho.